Carta para Susu
Foi nas belas terras de Belém, no Pará, onde nasceu a menina Sulamita Bentes Gomes do Carmo. Uma criança esperta e carinhosa que cresceria e se tornaria um exemplo de mulher determinada, forte, trabalhadora e alegre.
Susu, como era carinhosamente chamada, viveu grande parte de sua história em sua cidade natal. Ela se casou nova e teve seis filhos. No entanto, ainda cedo demais, ela se viu viúva e tendo que aprender a viver sem seu marido, sem o seu parceiro de jornada. Sozinha, Sulamita ergueu a cabeça e passou a trabalhar muito mais. A linda jovem, dona de um sorriso sincero e de uma cintura fininha, conquistava a confiança de todos e mostrava que não tinha medo do trabalho. Ela se dedicou aos ofícios de costureira e lavadeira, criou os filhos, fazia o bem ao próximo e estava sempre grata pela vida que pulsava em seu corpo.
Nas horas de descanso, um dos maiores prazeres da querida mãe era verdadeiramente relaxar. Susu amava comer bem e tirar um cochilo na rede depois do almoço, bem embaixo das árvores, sentindo a brisa do vento úmido. Entre as comidas preferidas dela estavam o chocolate branco, o queijo, o caranguejo e o açaí, que ela chamava de “pretinho”. Quando era possível cozinhar, Sulamita fazia uma torta de camarão que era de lamber os dedos!
Quando idosa, Susu veio para São Paulo e se instalou em São Bernardo do Campo. Aqui, mesmo quem pouco conhecia Susu, percebia o quão grande era o seu espírito. Sulamita foi uma mulher muito forte e batalhadora, linda e vaidosa, uma mãe dedicada e uma avó amorosa, um ser humano iluminado. Susu nunca escondeu de ninguém o grande segredo de sua vitória: a fé. Sulamita era grata a Deus por tudo o que lhe acontecia: era grata nos momentos bons, nos momentos desafiadores, era grata na alegria, no cansaço, era grata com as conquistas e também nos momentos de perda. Sulamita era grata por estar viva.
Com essa mensagem de vitória e gratidão nós nos despedimos de uma mulher que soube bem viver. Ela aprendeu e ensinou, ela amou e foi amada, ela sorriu e fez sorrir. Por isso fica a nós a importante missão de honrar e de tornar eterna a história e a memória de nossa amada Sulamita. Muito obrigada por tudo, querida mãe.